Ao
passo que avanço minha compreensão sobre o que desconheço em mim, vejo, de
forma aflita, o quão insatisfeito estou comigo mesmo... Mas oras, sou um jovem!
Não tenho sequer 1/4 de século... Doce ilusão! Triste ilusão... É lúdico e ao
mesmo tempo inconscientemente cruel pensar que nossa história se resume
aos parcos fatos que presenciamos em vida terrena! Ou melhor, em nossa atual
vida terrena... No olho do furacão de confusões que assolam minha mente e
forçam a minha consciência até o limite, percebo que há muito mais no quadro de
minha existência do que se imagina... Do que se imagina ver, enxergar ou
interpretar. Nessas horas a hipócrita sensação de 'bem fazer' cai por terra e
você se vê, mesmo que por curtos segundos, diante de sua pequenez insignificante
aos pés de toda uma bagagem obscura que carrega! Como um molusco que carrega
uma pesada carga de cálcio sobre as costas, eu me sinto como um jovem homem
terreno e um velho ser espiritual que trás em sua bagagem inúmeras histórias,
diversos aprendizados e incontáveis dívidas. Porém, mesmo envolto nos mantos da
dúvida ou flertando com a razão cética e fraca dos sentimentos materialistas,
acredito numa misericórdia que supera a nossa compreensão e avança para além do
incógnito. É brilhante... Faz ascender luzes em lugares impensáveis! Na força!
No fundo. Não resisto a ela e me apego a essa esperança como uma oportunidade
de compreender a minha missão e as várias perguntas que devo responder a mim
mesmo. Como se dar por satisfeito? A vida que penso ter não passa da ponta de
um alfinete diante dos caminhos que percorri. Talvez, a confusão e o conflito
existente em nossas consciências sejam o princípio ativo de um novo recomeço ou
de uma nova tentativa. Não sei!!! "Não sei" é a resposta que tenho no
momento. Abram as portas dessa caverna... Quero sair.