segunda-feira, 3 de setembro de 2012












É incrível! A vida é mesmo uma sequência de surpresas intermináveis...  Ao passo que se cai ali, outrem lhe ajuda a levantar aqui... Se me perco hoje, me encontro amanhã. A certeza que fica é a de que nunca se sabe para onde vai, mas sempre se está ciente de que não estamos perdidos. Eu vivo a mil, em momentos que oscilam entre os exílios em meu quarto e os rasantes pelo mundo, nunca sei se quero ficar ou se quero partir. Existe alguém nesse mundo que vai entender essas feras que hospedam meu peito, não é possível que este gênio seja indecifrável! Nada é indecifrável... Talvez 'tunnel for love' do Dire Straits fale por mim, ou não? Quem sabe... Essa canção tem a capacidade de me fazer viajar profundamente e refletir sobre essa situação em que me vejo no auge dos meus 22 anos ... Essa sensação que é um misto de perigo e segurança, convivendo juntos como se fossem irmãos... Talvez sejam mesmo. Não entendo quase nada de inglês mas fui tocado por essa música, pela arte que é universal e não conhece língua ou fronteira. Enquanto a música toca, torta, no rádio e em minha cabeça, eu vou vagando, contando passos aqui, correndo feito louco adiante... O fato é que não finco raízes, nem em terras e nem em corações.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012









É um mar revolto, não é fácil de seguir... As minhas tensões, os teus impulsos. Onde isso vai dar, moça? Já provamos, no arrastar do caminho , que somos a soma de dois corações que de tão perfeitos, se machucam, se arranham, se amam, se esfolam, se querem... Quem somos nós, você e eu, para nos colocar entre o nosso querer? Te afogo em minhas sinceridades e de 'tu', não cobro certezas e nem consenso. Se era o meu peito aberto que queria, pois bem, conseguiu... Ele está aí, violado, aberto, escancarado a mercê de sua vontade... O que derrama dele não é sangue, é confiança, é esperança num amor que não sei mais sentir. Haverá um momento em que nossas imperfeições falarão mais baixo e a voz de nossos corações passarão de fato por cima da razão... Continuo aqui, nas sombras, clandestino, a postos... É só chamar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Leia o que está abaixo, ouvindo esta música:  http://www.kboing.com.br/johnny-cash/1-1011593/

Quantos de 'você' existem dentro de você? Quantas faces da mesma pessoa se postam como escudos para proteger o que há de mais sincero e verdadeiro dentro do nosso 'eu'? Qual o seu 'eu' no grupo? Qual o seu 'eu' na rua? Qual o seu 'eu' na hora das dificuldades? Qual o seu 'eu'de fato, na solidão que revela de tudo um pouco? 
Ser um artista, nesta vida, é se defender. Se camuflar sem perder a identidade e a essência não é apelar à falsidade ou a falta de originalidade. 
Eu sei do que fui ontem; Imagino o que posso ser hoje; Não sei o que vou ser amanhã.

sexta-feira, 6 de julho de 2012







...o que mais me causa repulsa, indignação comigo mesmo ou ...sei lá, é o fato de que as coisas pífias tiram a minha paz. Um trabalho simples e inútil, o que fulano pensa ou pensou sobre algo que fiz há anos, o tempo, o futuro, o passado...tudo besteira! Nada disso vale 1 milésimo de segundo da minha paz! Paz que tanto quero bem, que tanto quero. Talvez o fato de andar na contra-mão, viver dando as costas às tendências, me permita correr por fora dessa loucura toda que se torna a vida quando as fantasias secam no deserto dum realismo que nada faz , a não ser secar esperanças, sonhos. Com o tempo, até mesmo as pessoas perdem a graça. Talvez o comandante desta vida esteja passando pela fase mais aguda dessa mentalidade. Em algum momento decidi me conhecer, desbravar o meu mundo... Com vinte e poucos anos, isso é um passo pro fim ou o começo de tudo, de verdade.






Eu já chorei
Eu já sangrei
Mas agora estou voando
O vento sopra o meu destino
Não vou olhar pra trás.

Mas por favor
Não me abra os olhos
Eu não lhe quero mal
Mas me deixe pelo ar
Só tenho paz
Depois de um sonho...



(Dado-Villa Lobos)

quinta-feira, 5 de julho de 2012




...moça, meu único problema é querer bem. Sei tão bem como gostar que as vezes desaprendo a arte do querer. Se pareço reticente é porque as cicatrizes de ontem  se curaram por fora, mas ardem por dentro. Não tenho medo de enfrentar o labirinto de tua alma, as veredas do teu coração, não. Mas eu me conheço, sou desastrado. Posso quebrar sem querer um jarro bonito na sala de estar do teu peito. Me afasto sem querer e quando me dou conta, já estou em alto mar. Entenda moça, embora eu faça da solidão uma confidente diária, sempre estive disposto a encarar o teu oposto.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

[...]




Saia do meu caminho, eu prefiro andar sozinho
Deixem que eu decido a minha vida.
Não preciso que me digam, de que lado nasce o sol
Porque bate lá o meu coração.
Sonho e escrevo em letras grandes de novo
pelos muros do país.
Moça, o tempo, andou mexendo com a gente sim.
Moça, eu não esqueço, a felicidade é uma arma quente
Quente, quente...
Sob a luz do teu cigarro na cama,
Teu rosto rouge, teu batom me diz
Moça o tempo andou mexendo com a gente sim
Moça, eu nao esqueço, a felicidade é uma arma quente,
Quente, quente.



"Belchior"...com leves alterações.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Esse humanos que circulam
Pela a cidade aí a fora
Eu não aguento eles querem me controlar
Eu não aguento eles querem me conquistar

Querem me obrigar a ser do jeito que eles são
Cheios de certezas e vivendo de ilusão
Mas eu não sou, nem quero ser
Igual o que ele diz
Sempre igual não posso ser feliz

quarta-feira, 7 de março de 2012

Diário de bordo de Níquel Centavo: escritos sem citações e sem conclusões felizes.



A melhor invenção reconhecida de hoje para mim certamente são as janelas ou portas de vidro, sobretudo quando estas estão na varanda ou em seu quarto, ao lado da cama. Dormir vendo as estrelas, a lua ou deitar e refletir sobre as bizarrices da vida vendo o balanço dumas folhas de bananeiras é para poucos.  É incrível como coisas tão pequenas podem dizer tanto.  Horas seguidas e sem descanso de atividades intelectuais talvez não nos  traga os mesmos resultados que a combinação ‘solidão+reflexão+contemplação serena’ certamente nos tráz. Isso pode ser bom porque lhe mostra que nem a mais cômoda ou alternativa realidade de vida deve se permitir fixar conceitos, costumes e ambições. As vezes os amigos de hoje não são mais tão amigos amanhã. Talvez o sonho de hoje sejam apenas uma escada para uma melhor realidade no futuro. Talvez o trabalho e a estabilidade tão sonhados de hoje não passem da prisão temida de sempre. As vezes confio mais no ontem que no hoje. O hoje tem sido muito sincero e sinceridade exagerada vira arrogância quase sempre... 

terça-feira, 6 de março de 2012

Diário de bordo do Marinheiro de primeira viagem: Amério Calisto.



O que há de errado comigo, não consigo encontrar abrigo. O meu país é campo inimigo e você finge que vê, mas não vê...
 
Renato Russo

Enquanto menino sonhava saber o que havia atrás da serra que abraça minha cidade. Viajava nas indagações:  será que existe outra cidade ? Florestas a perder de vista? Rios? O mar!? Passei anos esperando a oportunidade de descobrir até que um dia a chance esperada me apareceu: era preciso sair de casa, o motivo, procuro saber desde então...
Seguindo meu caminho e contornando a enorme serra pude então notar com espanto o que havia nas suas costas, atrás de sua cabeceira! Custei acreditar... Não havia nada! Algumas casas, um mundo de pastos e um nada desolador. Assim são os últimos três anos e meio de viagem, descobrindo a cada serra que encontro que atrás de sua imponência não há nada, nem segredos, nem beleza e nem mesmo pessoas dizendo adeus. E o que tem me causado estranho temor é que não paro de enxergar serras no horizonte...