segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dia do Solteiro

Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância
Esperando por um pouco de afeição


(Renato Russo)



Hoje eu fui pego de surpresa quando li nas redes sociais enxurradas de mensagens celebrando o dia do solteiro. Já não bastava os montes de dias inúteis, agora mais esse  para abrilhantar o calendário. Isso me fez pensar em algo que vai muito além de se vangloriar o dia da solidão, digo, o dia do solteiro. Penso que com o avançar do tempo o ser humano é cada vez mais só. Se vive num meio cheio de almas, tem um profile no orkut com 800 pessoas, um facebook com 1.290 pessoas, é o rei dos chats, fóruns e outros refúgios virtuais, platônicos, abstratos como o ser da própria figura. Cantam o amor em suas músicas, gesticulam o amor em sua arte e quando cessam as palmas e as risadas, voltam para casa sozinhos. Hoje as pessoas se contentam com gesto de afeto sem sal refletido na tela gelada do computador. Hoje em dia um (Bj) é o suficiente para que os olhos brilhem(?!?). Banalizaram o amor e com isso surge o subproduto: a solidão. A solidão é velha parceira do homem e da mulher. É na solidão que nos encontramos, é na solidão que em muitas horas pensamos, refletimos, nos acreditamos. No entanto, tudo tem a sua medida certa na vida. E é na soberba da solidão que em muitas vezes não admitimos que estamos sozinhos de fato. Sendo assim, o pobre cidadão segue celebrando sua solidão apelando o príncipe ou princesa que nunca chega.


Fim.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A minha TV tá louca!


"A alienação do espectador em proveito do objeto contemplado (que é o resultado da sua própria atividade inconsciente) exprime-se assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos ele compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo. A exterioridade do espetáculo em relação ao homem que age aparece nisto, os seus próprios gestos já não são seus, mas de um outro que lhos apresenta.
Eis porque o espectador não se sente em casa em parte alguma, porque o espetáculo está em toda a parte.

( Guy Debord)


Há muito não sei bem qual a programação da TV, quais as principais matérias das revistas de 'política' ou fuxico. Há muito não entendo o papo dos meus semelhantes sobre quem matou José ou quem comeu Maria na novela das (11hrs !?)... Há muito não entendo o porque de se mostrar, no jornal do meio dia, uma família sobrevivendo num barraco e segundos depois nos abrilhantar com a miraraculosa ciência que nos ensina a hidratar os cabelos com casca de ovo e gosma de abacate. Eu não entendo o espetáculo da TV! Eu não entendo o espetáculo da vida que se repete todos os domingos. Eu não entendo o que ela quer que eu entenda.